segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tributo ao In Utero: André Stella fala ao Songs to Valentina e toca "Dumb"


Às vésperas do relançamento oficial de In Utero, que comemora os 20 anos do álbum, Songs to Valentina e o músico André Stella, do Rio de Janeiro, prestam uma homenagem a este que é um dos discos mais emblemáticos da história do rock. De natureza mais subversiva do que seu antecessor, o comercialmente bem-sucedido Nevermind (1991), o terceiro e último álbum de estúdio do Nirvana divide opiniões quanto a ser ou não o melhor disco da carreira da banda. In Utero (1993) distancia-se do apelo pop mais evidente em Nevermind, mas também não é tão "bruto" quanto Bleach (1989) a ponto de significar uma ruptura com o mainstream, o que faz a tríade Bleach-Nevermind-In Utero representar a mesma banda sob cargas emocionais diferentes, em momentos próprios, antes complementares do que opostos.

André Stella fala ao blog o que pensa sobre o disco e comenta sobre a oportunidade de encontrar Kurt Cobain em 1993 quando o Nirvana veio ao Brasil pela primeira vez. No final, apresentamos um vídeo tributo com uma das faixas mais conhecidas de In Utero, "Dumb", tocada por André.

Songs to Valentina: O que você acha que o In Utero representou na carreira do Nirvana?

André Stella: O álbum mostra o amadurecimento do trabalho do Nirvana, consolidando de vez a identidade e a personalidade da banda. In Utero também é uma volta às raízes underground do grupo, dos tempos de Bleach, tanto nas composições quanto na produção do disco (que dessa vez ficou por conta de Steve Albini), bem mais “sujo” e “cru” do que Nevermind.

STV: E o que o álbum representou para o rock?

AS: In Utero foi o tão aguardado sucessor de Nevermind e gerou muita expectativa no mundo da música, em especial no mundo do rock. O álbum foi eleito por muitos críticos como o melhor da banda e consolidou o Nirvana como a maior banda de rock da época, a banda mais importante e relevante daquela geração.

"In Utero também é uma volta às raízes underground do grupo, dos tempos de Bleach."


STV: In Utero é seu álbum preferido na discografia do Nirvana? 

AS: É páreo duro. In Utero é genial, um sucessor à altura, mas meu álbum preferido do Nirvana é o Nevermind, uma verdadeira obra-prima. Quando ouvi o disco pela primeira vez, foi como se eu tivesse levado um soco na cara. Fiquei atordoado, ouvia todo dia, o tempo inteiro. Mudou minha vida e a vida de toda uma geração, no mundo todo.  Bleach é um disco fantástico e já mostrava o que estava por vir. Com Nevermind o Nirvana apareceu para o mundo de forma avassaladora, se tornando a banda mais importante e relevante que havia surgido em décadas, quebrando barreiras, trazendo o underground pro mainstream e abrindo caminho pra tantas outras bandas depois. Mudou a cena musical da época, tanto musicalmente quanto culturalmente.

STV: Quais faixas do álbum destacaria e por quê?

AS: Que pergunta difícil. O álbum todo é maravilhoso, todas as canções são sensacionais e cada uma tem a sua particularidade, tanto do ponto de vista das letras quanto das melodias e harmonias. Mas eu destacaria "Serve The Servants", "Scentless Apprentice", "Heart-Shaped Box", "Rape Me", "Dumb", "Milk It", "Pennyroyal Tea" e "All Apologies". São as minhas preferidas. Elas mostram o Nirvana em toda sua plenitude.

"O álbum foi eleito por muitos críticos como o melhor da banda e consolidou o Nirvana como a maior banda de rock da época."


STV: Conte sobre sua foto com Kurt Cobain. Quais lembranças tem daquele dia?

AS: Tirei minha foto com o Kurt em janeiro de 1993, durante o Hollywood Rock Festival, aqui no Rio de Janeiro. Eu e meus amigos fomos pra porta do hotel onde ele estava hospedado e ficamos lá esperando até ele aparecer. Nós estávamos nervosos e ansiosos, mas ele foi muito simpático e atencioso com a gente. Um cara bem tranquilo, bem simples. Tiramos algumas fotos, pegamos autógrafo, conversamos um pouco com ele. Enfim, foi rápido, mas foi inesquecível, pra levar pra sempre na memória e no coração. Kurt lives forever...

Arquivo Pessoal




terça-feira, 17 de setembro de 2013

What You Are Looking For: The Black Angels

Natural de Austin, capital do Texas, The Black Angels é mais uma pérola do rock psicodélico contemporâneo. Algumas de suas principais referências são Joy Division, Suicide, The Velvet Underground, The Warlocks, The Jesus And Mary Chain, Pink Floyd, The Doors e The Stooges.

Fundada em 2004, seu nome foi retirado da música "The Black Angel's Death Song", do primeiro disco do Velvet Underground, o cultuado The Velvet Underground & Nico (1967). Os resultados de todas essas preciosas influências condensadas começaram a ser ouvidos em 2005 quando a banda começou a lançar EPs numerados à mão, em edições que variaram de 100 a 400 cópias. No mesmo ano, tiveram o terceiro EP lançado via Light In The Attic Records, iniciando sua ascensão da cena underground. Então tocaram no SXSW, Lollapalooza Chicago e All Tomorrow's Parties. 

Passover, o debut, foi lançado em 2006 pela mesma Light In The Attic Records. Directions to See a Ghost veio em 2008 da mesma maneira. O selo Blue Horizon Records lançou os próximos discos da banda, Phosphene Dream (2010) e Indigo Meadow, que saiu em abril deste ano. 

A Light In The Attic Records lançou em 2011 uma coletânea com os dois primeiros EPs chamada Another Nice Pair. Este mês a banda está em turnê pela Europa, com datas no Reino Unido, na França e na Itália. Depois, retornam a Austin para mais shows por lá em outubro. Aqui, algumas fantásticas amostras do repertório do The Black Angels: "Black Grease", "You On The Run", "Young Men Dead" e "Drone", além do vídeo com uma performance ao vivo da faixa-título de Indigo Meadow (2013).








terça-feira, 3 de setembro de 2013

Kim Gordon lança Coming Apart, debut do Body/Head; ouça




'Coming Apart', álbum noise/experimental do Body/Head, projeto encabeçado pela ilustre Kim Gordon em parceria com Bill Nace, está prestes a ser lançado pela Matador Records no dia 10 de setembro. O debut da dupla está disponível para streaming via Pitchfork Advance, plataforma digital do site dedicada a, como eles chamam, pré-lançamentos. A futura turnê do Body/Head pelos Estados Unidos abre com show no Brooklyn (NY) no dia do lançamento do álbum duplo. Ouça 'Coming Apart' clicando neste link.


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